Os pesquisadores do projeto Mantas do Brasil encontraram duas raias mantas (Manta birostris) na Ilha da Queimada Grande, na costa da cidade de Itanhaém, no litoral de São Paulo. O grupo trabalha no estudo da espécie considerada gigante e que está em risco de extinção. Pela primeira vez na América do Sul foi coletado material genético, contido no muco que encobre os animais, para a realização de pesquisas sobre a espécie.
Segundo os pesquisadores do projeto, as duas raias avistadas são fêmeas, uma de 3 metros e outra de 5 metros de envergadura. Elas estavam a aproximadamente 20 metros de profundidade, no lado sudeste da ilha, região conhecida como Paredão das Caranhas. Segundo os biólogos, as fêmeas estão em rota migratória e, provavelmente, pararam ali para se alimentar, devido à grande quantidade de plânctons que há no local.
Como estavam perto dos animais, os pesquisadores fizeram a primeira coleta de muco da pele do animal na América do Sul. Eles utilizaram uma escova adaptada para retirar o material da raia, que servirá para estudos sobre o DNA da espécie. O método foi desenvolvido pela cientista norte-americana Andrea Marshal, Ph.D. no estudo das raias mantas.
Além disso, os pesquisadores fizeram um registro fotográfico que poderá identificar e catalogar os animais em um banco de dados mundial. A equipe ainda tentou afixar nos animais uma espécie de chip que transmite informações via satélite aos pesquisadores e não causam nenhum tipo de incômodo às raias. No entanto, por causa da visibilidade e o mar agitado, a equipe não conseguiu.
A raia manta está em risco de extinção. Em 2013, houve a proibição da pesca predatória da espécie no Brasil, que pode atingir até 8 metros de comprimento e pesar 2 toneladas. O Projeto Mantas do Brasil, patrocinado pela Petrobras, existe oficialmente há 5 anos e tem a missão de auxiliar na preservação das espécies de raias mantas com pesquisas, educação ambiental e formação gratuita de mergulhadores, profissionais ou amadores.